Brasil e Colômbia se unem para discutir renda dos cafeicultores
Após 10 meses do último encontro entre as lideranças, em agosto de 2018, os preços continuam abaixo dos custos de produção, agravando o empobrecimento das regiões cafeeiras ao redor do mundo e tornando incerta a oferta futura de café aos consumidores. A resposta do restante da cadeia de valor nesse intervalo de tempo, apesar das múltiplas tentativas de diálogo por parte dos países produtores e do Fórum Mundial de Produtores de Café (FMPC), tem sido muito insatisfatória.
Na reunião de hoje, as lideranças de Colômbia e Brasil consolidaram a aliança para o desenvolvimento de ações em diversas frentes, tais como a aproximação dos produtores com os consumidores finais e a agregação de valor na origem, de maneira que a riqueza gerada ao longo de toda a cadeia seja melhor distribuída, garantindo a sustentabilidade econômica dos produtores e a consecução dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
Também insistirão na importância da transparência do mercado e que os contratos futuros do café reflitam as realidades, sem a interferência de fatores externos que afetam os preços e aumentam a insegurança. Os dois países consideram fundamental que a Intercontinental Exchange – ICE e o governo dos Estados Unidos regulem a participação dos atores “não comerciais” nos contratos futuros do café, além de adotarem outras medidas para aumentar a transparência na formação dos preços e a eficácia das ferramentas de cobertura de riscos. Da mesma forma, analisa-se a viabilidade e o impacto da gestão dos estoques de café nas origens produtoras.
Reafirmando o compromisso com o equilíbrio entre oferta e demanda, Brasil e Colômbia, atuando com o FMPC, promoverão ativamente a implementação de um projeto global de aumento do consumo nos países produtores, assim como, conjuntamente, o trabalho científico, com o desenvolvimento de pesquisas para encontrar usos alternativos para o café.